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82 itens encontrados para ""

  • Tributo a Miles Davis reúne virtuoses do jazz de Brasília

    Para essa homenagem, a Jam contará com a participação de um dos maiores trompetistas da atualidade, Moisés Alves, ao lado de músicos consagrados. (Da Redação, com informações da assessoria de imprensa) Para abrir o mês de Outubro, a JAM {Jazz + Soul} fará uma homenagem a um dos maiores nomes do jazz, e talvez o mais inovador e polêmico de todos, Miles Davis. Miles era um músico obstinado, ousado e com uma rara habilidade para descobrir e revelar jovens talentos. Transitou por diferentes fases e estilos na história do jazz e foi diretamente responsável por suas transformações e mudanças. Para essa homenagem, a Jam contará com a participação de um dos maiores trompetistas da atualidade, Moisés Alves, ao lado de grandes músicos. Formação: Misael Barros - Bateria Felipe Viegas - Teclado Moisés Alves - Trompete e Fluguel Oswaldo Amorim - Contrabaixo SERVIÇO Local: Infinu Comunidade Criativa - CRS 506 Bloco A Loja 67 Data: 04/10, Quarta Horário: 20h (abertura da casa)e 20:30h (início do show) Link para compra de ingressos no Site Sympla: https://www.sympla.com.br/jam-jazz--soul---tributo-a-miles-davis-com-moises-alves__2187779

  • Infância é destaque na mostra de cinema francês no mês das crianças

    No mês de outubro, a sala de cinema Le Corbusier, da Embaixada da França, reúne obras com crianças como protagonistas Filme "Os Piores" será exibido na quarta 11 A infância, seus encantos e desafios são o tema da mostra de outubro na sala de cinema da Embaixada da França. A série de filmes franceses com protagonistas-mirins começa com o longa-metragem “Libre Garance!”, dirigido por Lisa Diaz, e protagonizado por Laetitia Dosch. A sala Le Corbusier é o ponto de encontro dos amantes do cinema francófono. As sessões acontecem sempre às quartas-feiras e são gratuitas. Conheça a programação completa: Quarta-feira, 04 de outubro | 19h Libre Garance! De Lisa Diaz. 2022. França. Com Laetitia Dosch, Lolita Chammah. 1h36. Drama. 12 anos. É o verão de 82. Garance tem onze anos e vive em uma aldeia remota de Cévennes, onde seus pais tentam levar uma vida alternativa. Quando dois ativistas italianos assaltam um banco nas proximidades, as coisas correm mal. Este evento abala a vida de Garance e de sua família. Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=ZkOE82864IQ Quarta-feira, 11 de outubro | 19h Os Piores De Lise Akoka e Romane Gueret. 2022. França. Com Mallory Wanecaue, Timéo Mahaut. 1h39. Drama. 10 anos. A gravação de um filme está prestes a acontecer na Cité Picasso, em Boulogne-Sur-Mer, no norte de França. Durante a escolha de elenco, quatro adolescentes - Lily, Ryan, Maylis e Jessy - são escolhidos para protagonizar o filme. Todos no bairro ficaram surpresos, perguntando-se porque é que tinham escolhido "os piores". Trailer: https://youtu.be/2HA5wuZafic Quarta-feira, 18 de outubro | 19h Adama De Simon Rouby. 2015. França. Com Azize Diabate, Pascal Nzonzi. 1h25. Histórico. 10 anos. Adama é um menino de 12 anos que mora em uma remota vila em África. Além da vila, existe um reino de espíritos, um local com fome de guerras, um espaço para onde Adama se direciona, quando seu irmão mais velho desaparece do vilarejo. Seguido por um lúcido contador de histórias e um menino de rua, o amor de Adama pelo irmão abre caminho numa jornada para libertá-lo. Trailer: https://youtu.be/00N3__xJfRw Quarta-feira, 25 de outubro | 19h Tomboy De Céline Sciamma. 2011. França. Com Zoé Héran, Malonn Lévana. 1h22. Drama. 12 anos. Laure é uma garota de 10 anos, que vive com os pais e a irmã caçula. A família se mudou há pouco e ainda não conhece os vizinhos. Um dia Laure conhece Lisa, que a confunde com um menino. Laure, que usa cabelo curto e gosta de vestir roupas masculinas, aceita a confusão se apresenta como Mickaël. A partir de então, leva uma vida dupla, já que seus pais não sabem de sua falsa identidade. Trailer: https://youtu.be/RYLP48Uj4iw Recomendações de Segurança Por motivos de segurança, foram adotadas as seguintes medidas: - haverá revista na entrada, antes do início das sessões; - está interditada a entrada na Sala com objetos cortantes como facas, tesouras, canivetes, entre outros similares, sprays de pimenta, ferramentas de mão-de-obra, líquidos inflamáveis, alvejantes, explosivos, venenos, ácidos, além de armas de fogo de todo tipo (inclusive, réplicas e armas de brinquedo); - notebooks, mesmo desligados, também estão proibidos na sala de projeção. Serviço Cinema - Sala Le Corbusier. Gratuito Sempre às quartas-feiras 19h (entrada permitida até 19h15) Endereço: SES Avenida das Nações - Quadra 801 - Lote 04

  • Brasília recebe Simpósio de Inovação em Cannabis Medicinal

    Mais de 30 patologias podem ser tratadas com a medicina canabinoide. Profissionais de saúde, pesquisadores e pacientes beneficiados pelo uso terapêutico da planta participam da primeira edição do evento neste sábado 30. Inscrições ainda estão abertas. Apesar de regularizado, o uso medicinal da cannabis é pouco conhecido pelos profissionais de saúde. Imagem: Canal Cannabis e Saúde. (Da Redação, com informações do canal Cannabis e Saúde) Falar sobre a ampla aplicação medicinal da cannabis ainda é um tabu, mesmo que o uso terapêutico da planta já seja regulado no Brasil e tenha crescido mais de 9 mil%, segundo informações do canal Cannabis e Saúde. O Brasilia News, que tem na Saúde e Bem-Estar um dos assuntos de cobertura jornalística, acredita que é preciso abrir espaço para novas visões sobre qualquer iniciativa que promova a melhoria da saúde individual e coletiva. Para além do tabu sobre a cannabis, que alias já foi tema do documentário brasileiro Quebrando o Tabu (2011), o fato é que mais de 30 patologias podem ser tratadas com a medicina canabinoide, entre elas a epilepsia, o Alzheimer, o Parkinson, o autismo, a esclerose múltipla, a insônia, a ansiedade, a depressão, as dores crônicas e até problemas de pele e queda de cabelo. Muitas destas enfermidades não tem um manejo de sintomas satisfatório pelos meios de tratamento convencionais. Pacientes relatam melhoras extraordinárias e alguns deles estarão no 1o. Simpósio de Inovação em Cannabis Medicinal, que acontece neste sábado 30 e cujas inscrições ainda estão abertas. A participação pode ser presencial ou online. Nesta sexta 29 acontece a cerimônia de abertura e uma conferência magna com o médico João Carlos Normanha. Segundo o Cannabis e Saúde, o Simpósio tem caráter multidisciplinar e vai discutir as novas aplicações da Cannabis não só na medicina, bem como as possibilidades do uso veterinário, químico e odontológico. Para o professor Dr. José Roberto Leite (Faculdade de Medicina/UnB e People&Science), um dos curadores do evento e co-organizador, discutir inovação em Cannabis medicinal no Brasil é de extrema importância para os profissionais de saúde. O evento ainda irá abordar as questões legais e regulatórias em torno da Cannabis para fins medicinais no Brasil, garantindo que os profissionais entendam as regras e requisitos para prescrição e acompanhamento de pacientes. O encontro também é uma opotunidade de troca de contatos e experiências com outros profissionais de saúde. O I Simpósio de Inovação em Cannabis Medicinal é uma realização da People&Science Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação, do Instituto InformaCann e da Faculdades Unyleya, com apoio do Núcleo de Pesquisa em Morfologia e Imunologia Aplicada (NuPMIA), da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB), do Instituto de Medicina Orgânica (IMO), do Instituto BioSer, do Instituto Monte Pascoal, da Rádio Central Holística, do Conselhor Regional de Farmácia (CRF-DF) e do Conselho Regional de Biomedicina. A coordenação científica é do médico intensivista, Dr. João Carlos Normanha Ribeiro, Diretor-Geral do Instituto de Medicina Orgânica GO (IMO). Uso terapêutico é regulado desde 2019 no Brasil O uso terapêutico e medicinal da Cannabis já é regulado no Brasil por duas Resoluções da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). São elas: RDC 327/2019 e RDC 660/2022. Desde 2015, a Anvisa autoriza a importação com prescrição médica de produtos com canabinoides. E a partir de 2019, a Agência passou a permitir a comercialização de medicamentos à base de Cannabis nas farmácias. Hoje, o paciente já encontra 25 formulações nas prateiras das drogarias.

  • Retratos em saúde: pintura de artista de Brasília ilustra os saberes da arte da cura

    Faculdade de Saúde da UnB tem acervo de pinturas que promove a saúde integrada e integrativa (Por Jamila Gontijo) Painel "Forças da Saúde", do artista plástico Tiago Botelho Para fazer esta reportagem, fui à Faculdade de Saúde (FS) da Universidade de Brasília. Logo que cheguei lá eu vi, além da movimentação de alunos e professores, um stand com o nome “Quintal da Saúde”, no qual alunos serviam aos interessados uma combinação de chás com propriedades terapêuticas, servidos frios por causa do calor castigante dos últimos dias. Do outro lado, mais uma “barraquinha” oferecendo aos transeuntes uma variedade de temperos e ervas in natura. O entusiasmo dos alunos explicando as propriedades terapêuticas das plantas era contagiante. Eu, que adoro um chá, experimentei tudo que me ofereceram e ainda levei para casa um pacote com flores de hibisco desidratadas. Segui andando pela FS até encontrar o auditório onde está fixado um painel de 9 metros de largura, de autoria do artista plástico Tiago Botelho, que também se formou pela UnB, em Artes Visuais. A obra intitulada “Forças da Saúde” é uma ampliação digital da pintura original, que é um óleo sobre tela integrado ao acervo da FS. O painel domina o espaço do auditório, e à primeira vista é muito impactante. Impossível ficar alheio à força imagética do painel de Tiago Botelho. Foto: Arquivo do artista Primeiro, me chamou a atenção a figura ao centro da obra: uma mulher gestante deitada, sendo auxiliada no momento do parto por uma parteira. Ao redor dela, diversas figuras que compõe o universo da Saúde: um agente de saúde de mãos dadas com o Zé Gotinha, que traz no peito estampado o “SUS”. Vi um pajé, uma dentista atendendo um paciente, um médico segurando um prontuário, ladeado por uma figura humana gigante, na qual se pode ver o sistema circulatório. Uma grande cobra branca se estende por toda a base do quadro, e eu fiquei curiosa para compreender todos aqueles personagens. Tiago Botelho estava lá para o lançamento de um e-book que conta um pouco da gestão e desenvolvimento da saúde integrativa no Distrito Federal. Ele cedeu a imagem do painel para ilustrar o e-book Práticas integrativas e complementares em saúde: semear, cultivar, florescer e partilhar - Volume 2 (clique aqui para acessar o e-book). Aproveitei para ouvir do próprio artista as explicações sobre os personagens do painel. “Essa cobra branca é Siriani, uma jiboia sagrada para etnias da Amazônia, que representa também a serpente mitológica de Esculápio” – explicou Botelho, que me apontou ainda as figuras de Louis Pasteur e o sanitarista brasileiro Sergio Arouca, um dos idealizadores do Sistema Único de Saúde, o SUS. Botelho disse ainda: “O Zé gotinha será sempre especial, pela sua força simbólica capaz de atravessar as gerações, e também porque conheço tanto o autor do Zé Gotinha ( o artista plástico Darlan Rosa) como o criador do logotipo do SUS ( Murilo Lobato). Então para mim foi uma forma de homenagear dois grandes mestres de uma vez só”, pontuou ele. Tiago Botelho contou como foi a longa pesquisa para criar os paineis. Ao fundo, o painel "Degredados Filhos da Pátria". Foto: Jamila Gontijo Eu não sei vocês, mas eu tenho muito apreço e admiração pelos profissionais de saúde, que dedicam a vida para cuidar dos enfermos, seja em hospitais, consultórios ou no meio da floresta. Por isso, aquela imagem cheia de informações sobre este universo me tocou profundamente. Tiago me contou que procurou retratar todos os saberes da saúde, de modo a fazer com que os alunos reflitam sobre a integração do conhecimento humano com um único objetivo em comum: promover a cura. “A ideia do painel foi a de integrar as linhas de saúde acadêmicas, que são: nutrição, farmácia, odontologia, saúde coletiva, medicina e enfermagem, junto com outras tradições de cuidar que não são consideradas acadêmicas, mas sim de ordem popular e ligadas a tradições ancestrais, de povos originários como os indígenas, as raizeiras, as parteiras e os pajés. Foi uma integração destes dois campos que são aparentemente distintos, mas que tem o mesmo propósito, que é de cuidar do outro”. O painel “Forças da Saúde” não é a única obra de Tiago com temática de saúde. Na própria FS há outros quadros dele, “O intuito era decorar os auditórios da FS com pinturas com caráter pedagógico, uma iniciativa durante a gestão da professora Fátima Souza” – me contou Botelho enquanto caminhávamos pela FS. Tiago Botelho também criou um mural para o Centro de Ciências da Saúde da UFRB-Universidade Federal do Recôncavo Baiano, em Santo Antônio de Jesus, como parte da programação dos dez anos da instituição. O acervo dele pode ser visto no site do artista. Tiago Botelho e a professora Ana Beatriz Duarte, uma das organizadoras do e-book lançado na FS. Foto: Acervo Ana Beatriz. Saí da FS com lembranças dos meus tempos de UnB, e me perguntando porque nunca havia visitado antes aquele espaço em que jovens estudantes se preparam para atuar neste campo tão fundamental e que, ao meu ver, continua precário em termos de políticas públicas. Lembrei da pandemia e quanto naquele momento os profissionais de saúde foram heróis da resistência. Quando a Arte encontra a Saúde, a gente pode ver a beleza deste campo de atuação, mas a arte de salvar e cuidar da vida humana é feita diariamente por estes profissionais que merecem todo o nosso reconhecimento.

  • Amigas de infância após um Sábado Perfeito

    Crônicas de uma Yoguini conta como a yoga promove encontros de afeto e vínculo. Yoga com vista panorâmica da cidade: afetos e vínculos em encontros para prática coletiva. Foto: Silvio Wolff Tudo começou em 2021 no Sábado Perfeito, um de meus projetos de yoga comigo na cobertura do B Hotel, seguida de um café da manhã espetacular no restaurante Térreo. Um belo dia me apareceu um grupo de amigas e uma delas, a Val, tinha um sobrenome conhecido, o mesmo sobrenome de um professor meu de literatura do colégio, e durante o café da manhã, perguntei: você é alguma coisa do Feitoza? E ela respondeu: ele é meu pai. Daí contei para ela que foi ele quem me inspirou a fazer o curso de Letras - Literatura na faculdade, e que as aulas dele eram as únicas que eu gostava de assistir no colégio. Esse mesmo grupo de amigas gostou bastante da proposta e difundiu o Sábado Perfeito para outras amigas e foi quando me apareceu a Fê, que me jogou a real logo de cara, e disse: não gosto de yoga, não gosto de acordar cedo no fim de semana, eu só estou aqui pelas minhas amigas e pelo café da manhã. A Marília já era praticante de yoga e já tinha até seu próprio yoga mat. Será que o mat potencializa afetos e com isso faz nascer amigas de infância? Foto: Arquivo Pessoal Val, Fê e Marília, repetiram o Sábado Perfeito tanto que perdi a conta. O café da manhã do B Hotel era servido até 10h30 e a gente ficava lá até 13h00 conversando. A amizade delas é tão bonita que praticamente as obriguei a me colocar no grupo de whatsapp delas e me incluir na vida delas como a mais nova amiga de infância. O mundo girou e o inspirador professor Fentoza virou companhia para o café da manhã. Foto: Arquivo Pessoal Resultado: hoje a Val e a Fê já tem seus próprios yoga mats, a Fê passou de "não gosto de yoga" para "amo yoga com a Andrea". Quando o Sábado Perfeito acabou criamos o Domingo Mais que Perfeito na casa do Feitoza, pai da Val, meu professor do colégio, com direito a café da manhã preparado com amor pela Val e a mãe dela, dona Consuelo, maravilhosa. E seguimos juntas aprontando um monte.

  • Música para ver e ouvir: as multicamadas do show de Luiza Lian

    Em entrevista exclusiva para o Brasília News, a cantora fala sobre o novo álbum 7 Estrelas/Quem Arrancou o Céu? que traz à Brasília neste domingo 24 no festival VOA, no Parque da Cidade Luiza Lian apresenta o álbum recém-lançado 7 Estrelas/ Quem Arrancou o Céu? Foto: Divulgação (Jamila Gontijo) O canto de Luiza Lian chegou até mim por uma dessas boas surpresas que os algoritmos proporcionam. Foi em 2018, quando eu pesquisava músicas com temática e sonoridade com ritmos e temática vindas de práticas espirituais, em grande parte ligadas às tradições da religiosidade afrodescendente. Eu estava descobrindo uma onda musical que traz para o palco as possibilidades do uso da música como conexão com o Invisível. Mas Lian vai além. Cconsegue sustentar uma mistura entre música devocional e a estética urbana, cosmopolita e concreta usando praticamente a voz e bases eletrônicas de seus parceiros musicais. Durante a pandemia, Lian me fez companhia com os álbuns Oyá Tempo (2017) e Azul Moderno (2018) e me fez pensar que a inventividade da música brasileira contemporânea ainda não encontrou limites. Agora, quando estamos tentando compreender a vida pós-pandemia, ela traz para Brasília o recém-lançado álbum 7 Estrelas/Quem Arrancou O Céu? com reflexões sobre relações virtuais e o universo pós-humano. O álbum tem composições de Lian e produção musical de Charles Tixier, parceiro de projetos anteriores. Uma das faixas tem participação da cantora Céu. Nesta entrevista exclusiva para o Brasilia News, Luiza Lian fala um pouco sobre suas inspirações e o formato multicamadas do show desta também artista visual. Brasilia News: Luiza, o que podemos esperar do seu show neste domingo? Vai nos revelar quem foi que nos arrancou o céu, depois da pandemia, da pós-verdade e do pós-humano? Essa pergunta já traz várias respostas, ne? Mas eu gosto de pensar que esse disco é mais sobre perguntas e o questionamento sobre o que está acontecendo com a gente do que propriamente dar respostas. Por outro lado, acho que ele também responde uma coisa que é um pouco doce-amarga que é o quanto a gente está participando, voluntária ou involuntariamente, desta queda do céu, deste arrancar do céu. Tem muito disso. O show traz de uma maneira ainda mais sensorial esse questionamento e propõe que as pessoas deem esse mergulho junto comigo em Quem Arrancou o Céu e no encontro com as 7 Estrelas. Vai ser um show bem bonito, eu vou trazer a minha visualidade e toda essa narrativa “operesca” dele, com a visualidade, com o laser, com as projeções e com a luz. Estou bem animada de apresentar isso aqui em Brasília. Brasilia News: É sua primeira vez em Brasília? Como sente a cena musical da cidade? Essa não é a primeira vez que eu venho pra Brasília. Eu vim em 2017 com o disco Oyá Tempo. Fiquei de vir com Azul Moderno, em 2020, mas aí veio a pandemia e tudo ficou mais difícil. Tem uma coincidência entre as duas vezes que eu vim. Por acaso eu tinha, em ambas as vezes, lançado o show em duas noites em São Paulo. E Brasília é o primeiro show que eu faço depois do lançamento do 7Estrelas/Qaoc e foi assim também em 2017, no Oyá Tempo. Eu acho que Brasília é um lugar muito especial no sentido das possibilidades de cultura. A sensação que eu tenho é que está tudo em movimento e que a cena é muito viva. Da outra vez que eu vim foi para uma festa no Setor Comercial, meio na rua, mas era uma festa fechada. Desta vez a gente vai fazer no Parque da Cidade. Então dá essa sensação de que tem muitas possibilidades de cultura e movimento cultural aqui em Brasília. Luiza Lian e a sonoridade visual no palco. Foto: divulgação Brasilia News: Você acabou de lançar o 7 Estrelas/Qaoc. Quais são os planos musicais que vem por aí? De certa forma estou sempre fazendo vários projetos, quase que simultaneamente, até que um... eu vou alimentando varias sementes de ideias, de música, e até que uma sai na frente e toma a dianteira. Eu acho que agora o plano principal é circular esse show do 7 Estrelas/Qaoc. Eu estou muito empolgada com isso, com levar esse show para o Brasil e para o mundo porque é um show que eu pensei ao longo destes 3 anos, durante a pandemia inteira, um show que eu fiquei sonhando com ele, pensando como ia ser. Eu acho que o resultado de tanto tempo pensando foi muito especial. Eu quero muito poder mostrar isso para as pessoas e compartilhar as músicas e o que a gente está propondo para essa visualidade, para a experiência sensorial que é o show do 7 Estrelas/Qaoc. Com certeza o plano principal é esse. Enquanto isso estou compondo, estou terminando de compor agumas músicas e vendo qual é o próximo projeto que disponta nos meus cadernos. Brasilia News: Na sua discografia, você traz a música-devocional, a música-cântico de fé. Por que essa temática te toca e como espera que nos toque? Eu cresci em centros espiritualistas. Então eu tenho essa relação com a espiritualidade de um jeito muito natural. Minha relação com o canto é muito ligada com a espiritualidade porque durante muito tempo essa foi uma das principais atividades de canto que eu fiz, foi cantar pra chamar as forças, para que as entidades se apresentassem para ajudar as pessoas que estavam buscando suas curas. E então essa relação com a fé, com o canto e com a composição faz parte do meu olhar para a vida de um jeito o muito orgânico. Na verdade, quando eu coloco músicas assim, que tem a ver com esse devocional, eu sempre espero que pessoas que não tenham esse tipo de fé também possam ser sensibilizadas com a música. Não no sentido que elas tem que acreditar no que eu acredito, mas no sentido de que no fim é uma reflexão sobre a vida, independentemente do que você acredita. Eu tenho pra mim que a espiritualidade e a religiosidade são formas de poesia para a gente tentar entender os mistérios da existência, esse grande mistério infinito que está posto aqui. Eu acho que pessoas de qualquer tipo de fé, céticas ou ateias podem se identificar com isso, se identificar com essa conexão. SERVIÇO: Show Luiz Lian no Festival VOA Domingo, 24 de setembro às 20h Mais informações: https://voafestival.com.br/#atracoes

  • CCBB recebe espetáculo infantojuvenil sobre mudanças na família com a chegada de um irmão átipico

    Narrativa comovente, com uso de bonecos e máscaras, conta como a irmã mais velha se conecta com o irmão com Transtorno de Espectro Autista (Da redação, com informações da Assessoria de Imprensa) O teatro do CCBB Brasília recebe o espetáculo infantojuvenil: AZUL, da premiada Artesanal Cia. de Teatro. A peça é uma história de amor entre irmãos unidos pela diferença. A narrativa é transmitida através dos olhos de Violeta, uma menina de quatro anos, que está ansiosa pela chegada de seu irmãozinho, Azul. O que ela não imagina, é que ele acabará ocupando um espaço inesperado na vida da família. Entre os ciúmes e a aceitação de um irmão tão diferente, Violeta descobre que é preciso aprender a lidar com o que a vida propõe para a solução natural dos conflitos. Afinal, o amor entre os irmãos é maior do que qualquer diferença que possa existir entre eles. O espetáculo é mais uma imersão do grupo no teatro de animação, com uso de bonecos e máscaras executados pelo artista visual Dante. A trilha sonora traz marchinhas de carnaval, blues, clássicos da música erudita e música minimalista, agindo como mais um elemento narrativo da cena, oferecendo ao público um espetáculo lúdico e engraçado, que vai emocionar as pessoas de todas as idades. ”A música deste espetáculo é bem peculiar, porque é usada como uma forma de comunicação com o Azul. A irmã estuda piano e descobre que ele gosta de ouvir quando ela está tocando”, conta Gustavo Bicalho, que também é responsável pela trilha sonora. Apesar de não lidar diretamente com a questão do TEA (Transtorno do Espectro Autista), a peça aborda o tema através das percepções de Violeta, que tenta não só compreender o universo do irmão, como busca maneiras de interagir com ele. De forma leve, lírica e bastante incomum, o texto propõe uma visão sobre as relações dentro de uma família, que tem um integrante que vivencia o mundo de forma singular. Para construir o personagem, a Artesanal Cia. de Teatro contou com a Consultoria para Acessibilidade e Inclusão de Cris Muñoz, atriz, também autista, que tem doutorado e desenvolve uma pesquisa em arte e inclusão. Ela também é mãe de uma menina autista. Segundo Cris, ao abordar de maneira positiva, lúdica, sem discriminação ou romantização a questão do autismo, o espetáculo está propondo um olhar de respeito ao sujeito, de humanização das diferenças e respeito à diversidade EM CARTAZ De 15 de setembro a 08 de outubro - sextas às 19h, sábados e domingos às 11h e 16h. A entrada é acessível: ingressos a R$30,00 (inteira) e R$15,00 (meia-entrada). Ficha Técnica: Texto e Dramaturgia Andrea Batitucci e Gustavo Bicalho Elenco Alexandre Scaldini, Brenda Villatoro, Bruno de Oliveira, Carol Gomes, Marise Nogueira e Tatá Oliveira

  • Yoga, acupuntura e mais 14 práticas integrativas gratuitas são oferecidas na rede de saúde do DF

    As atividades podem praticadas de forma presencial ou virtual, a depender da modalidade. Até o início de setembro, 22.563 pessoas realizaram alguma prática na rede local. Grupo de participantes de práticas integrativas na rede pública de saúde do DF. Foto: divulgção SES (Da redação, com informações da ASCOM da Secretaria de Saúde) Se você está procurando alguma atividade para cuidar da saúde física, mental ou emocional, saiba que na rede pública de saúde do DF é possível encontrar algumas opções gratuitas. Yoga, acupuntura, shantala e terapia comunitária são algumas das 17 modalidades abertas abertas ao público. No site da Secretaria de Saúde (SES-DF) há uma lista com a oferta por região. As Prática Integrativas de Saúde abordam a saúde humana de forma multidimensional: física, mental, psíquica, afetiva e espiritual. Yoga, auriculoterapia, técnica de pressão em pontos específicos na orelha e a massagem shantala, uma técnica voltada para bebês, são algumas das modalidades que os interessados podem ter acesso nas unidades de saúde locais. Lista de práticas integrativas O Sistema Único de Saúde (SUS), no âmbito nacional, reconhece 29 práticas integrativas. Na Política Distrital de Práticas Integrativas em Saúde (PDPIS), estão elencadas 17. São elas: acupuntura, arteterapia, auriculoterapia, automassagem, plantas medicinais e fitoterapia, homeopatia, terapias antroposóficas, meditação, musicoterapia, reiki, shantala, tai chi chuan, Terapia Comunitária Integrativa (TIC), ayurveda, yoga (hatha e laya) e a Técnica de Redução de Estresse (T.R.E.). Em 2021, 34.687 foram pessoas em práticas integrativas nas unidades do DF. O número subiu 51,5% em 2022, quando o ano fechou com 52.561 praticantes. As PIS são exercidas por profissionais de saúde da rede pública do DF devidamente habilitados por meio de cursos de capacitação ou com formação específica. As práticas estão presentes em todos os níveis de atenção.

  • Galpão 17 comemora cinco anos de música, motociclismo e cerveja artesanal

    Espaço que tem lava-jato para motos e 23 torneiras de cerveja preparou programação especial na semana de aniversário, incluindo show dos Raimundos no sábado 16. Um dos dstaques da casa: cervejas artesanais disponíveis por auto-atendimento. Foto: Assessoria de Imprensa Quando o aniversariante é festeiro, um dia é pouco para comemorar. E esse é o caso do Galpão 17, espaço que reúne cultura motoclista, cervejas artesanais e música. Essa trilogia firmou o lugar como ponto de encontro de quem curte rock e o estilo borned to be wild, típico da contracultura dos anos de 1970. O grande destaque da programação de aniversário é o show da banda Raimundos, que se apresenta no sábado 16, estreiando na casa. Os organizadores adiatam que Digão, Marquim e Caio vão botar o palco pra tremer com sucessos como "Eu Quero Ver O Oco", "Mulher de Fases", "A Mais Pedida" e "Selim". O sábado ainda conta com apresentações das bandas Penélope Nova, Serpa Blues (Blues Rock), Rock Beats (Pop Rock) e The Oldies (Punk Rock). Para encerrar a maratona musical no domingo (17), o som das bandas Liebe (Pop Rock) e Filhos da Revolução com Tributo Legião Urbana - Geração Coca-Cola. Para aqueles que buscam um espaço exclusivo, o mezanino do Galpão 17 estará reservado para o Camarote Bezy. Serão 10 horas de open bar (De 18:00 às 04:00) e 06 horas de open food (De 20:00 às 02:00), com Chopes Bezy (Pilsen, IPA e Märzen) e caipirinha, pizzas e petiscos árabes, pelos apoiadores Arabian e Grupo Santa Pizza e mais um kit com copo exclusivo, tirante e pulseira. Os ingressos já estão disponíveis em bit.ly/IngressosFestival5anosG17 DNA GALPÃO 17: CERVEJAS ARTESANAIS, OFICINA DE MOTOS E VARIAÇÕES DO ROCK O java-motos do Galpão 17 funciona durante o dia. Foto:Assessoria de Imprensa O Galpão 17 reúne atrações que tem tudo a ver com a identidade cultural de Brasília, criada para o deslocamento sobre rodas: a começar pelo amor pelos motores indo até o rock. Recentemente a moda do consumo de cervejas especiais ganhou adeptos na cidade, que encontram por ali um cardápio variado da bebida à base de lúpulo. “A gente preza por cerveja artesanal e temos muitas parcerias com cervejarias locais. Esta cultura do motor já abrange bastante coisa e o rock tem diversas linhas aqui presentes: Hard Rock, Blues, Metal, Grunge. Já fizemos do Emocore ao Punk, que vai ganhar espaço neste festival" conta Caio César, Produtor e Coordenador de Marketing, sobre a semana de comemorações. As paredes grafitadas por artistas como Wow, Guga Baygon, Soneka, Sowtto, Snupi, Fokker, Odrus, Gurulino, Renato Moll, Kane, Mudof, Raios (RJ), Bigod (BA), Pakato (RJ) e Buyu (SP). compõe o ambiente do espaço que oferece ainda opções de moda e gastronomia. As opções culinárias vão de hamburgueria à pizzaria e frango americano. E a proposta é estar aberto a outros movimentos culturais. “De terça a domingo temos bandas de rock and roll com entrada franca, mas nada impede abrir a casa para um evento carnavalesco e outras ações. Podemos também fechar eventos particulares para empresas médias e grandes.”, explica Avisa Camila Aviani, administradora do espaço. No Galpão 17 o cliente circula à vontade com autonomia de serviço centralizado em um único cartão. O consumo das cervejas funciona em auto-atendimento, bastando passar o cartão para liberar uma das 23 torneiras com marcas produzidas em todo o Brasil. O cardápio também conta com cervejas sem álcool, cervejas sem glúten e água liberada. NOITE DE COLETIVA DE IMPRENSA TEVE MULHERES NO COMANDO DOS VOCAIS O Brasilia News esteve presente na terça 13, quando os organizadores do Galpão 17 reuniram a imprensa no mezanino para apresentar um balanço dos cinco anos de funcionamento e a programação das semana de aniversário. Sol Leles fechou a noite com apresentação eletrizante, que colocou o público para dançar os clássicos do rock. Foto: Jamila Gontijo A noite contou com apresentações de duas bandas com vocalistas mulheres: Lia Santiago fez um tributo à Rita Lee e Sol Leles fechou a noite colocando todo mundo para bater cabeça com os clássicos do rock. Projeto @captounacapital esteve presente na noite da imprensa. Foto: Jamila Gontijo Quem compareceu na terça 13 pode tirar fotos com impressão imediata, para levar de lembrança. A impressão de fotos tipo polaroide é do projeto @capitounacapital, que traz a combi/laboratório onde as fotos são impressas. A programação de aniversário inclui seis dias de programação no total, com cinco dias gratuitos e um pago (16 de setembro), com ingressos à venda online: bit.ly/IngressosFestival5anosG17 Confira a programação até domingo 17: Quinta-feira 14/09 20h Minduim (Rock Nacional) 22h Celebration (Led Zepellin) Sexta-feira 15/09 21h Makinamara (Pop Rock) 23h Vital (Pop Rock) 01 Heat (Pop Rock / Indie) + DJ Leo Machado Sábado 16/09 20h Serpa Blues (Blues Rock) 22h Rock Beats (Pop Rock) 0h The Oldies (Punk Rock) 01h Raimundos + DJ Leo Machado Apresentação Penélope Nova Domingo 17/09 18h Liebe (Pop Rock) 20h Filhos da Revolução (Tributo Legião Urbana [Geração Coca-Cola]) Realização: Galpão 17 e Cervejaria Bezy Patrocínio: Lagunitas Brewing Company, Royal Enfield e Capital Motoweek Apoio: Bastards Brewery, Hop Capital Beer, Rádio Transamérica, Cervejaria Quatro Poderes, Biela Bier Cervejaria, Captou, Monster Energy, Coca-Cola e Imagina Juntos.

  • DF tem 42 casos suspeitos de febre maculosa. Não há registro da doença há mais de duas décadas

    Secretaria de Saúde admite casos em análise após circulação de relato nas redes de que uma criança teria testado positivo depois de passear perto do Lago Paranoá. Presença de capivaras aumenta preocupação sobre doença na região (Da Redação, com informações da Agência Brasil) A Secretaria de Saúde do Distrito Federal investiga 42 casos suspeitos de febre maculosa. Ao todo, a pasta registra 104 casos notificados da doença este ano, sendo que 62 foram descartados. Em nota, a secretaria destacou que, para que os casos possam ser confirmados ou descartados, é necessário que sejam feitas duas coletas de exames, com duas semanas de intervalo entre elas, o que causa demora na avaliação. Segundo a Pasta, o DF não é uma área endêmica da doença, que não tem casos confirmados na região há mais de vinte anos. Os principais vetores da febre maculosa, que pode ser fatal, são os carrapatos do gênero Amblyomma, tais como A. sculptum, conhecido como carrapato estrela; A. aureolatum e A. ovale. Entretanto, potencialmente, qualquer espécie de carrapato pode hospedar a bactéria causadora da febre maculosa, incluindo o carrapato de cachorro. Os sintomas incluem febre; dor de cabeça intensa; náuseas e vômitos; diarreia e dor abdominal; dor muscular constante; inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e na sola dos pés; gangrena nos dedos e orelhas; paralisia dos membros, que inicia nas pernas e vai subindo até os pulmões, causando parada respiratória. ALERTA NAS REDES A nota da Secretaria de Saúde do DF foi emitida após a circulação de uma mensagem em que uma mãe fazia uma denúncia de que a filha pequena teria testado positivo para a doença após brincar às margens do Lago Paranoá. A mensagem viralizou e causou preocupação. No relato da mensagem, a criança teria tido um diagnóstico precoce, logo no início dos sintomas, e teria tido um teste positivo em um hospital particular. Com a repercussão, a Secretaria se pronunciou afirmando que a confirmação só poderá ser feita após uma segunda testagem em laboratórios de referência, já que o exame pode dar falso negativo se a testagem não for eficiente. O aumento da população de capivaras, possíveis hospedeiras do carrapato que transmite a doença, aumenta a preocupação sobre a manifestação da febre maculosa em Brasília.

  • Belas não podem morrer

    O que a morte de uma adolescente na periferia da Capital Federal ensina sobre a mentalidade desumanizante da cultura digital (Por Jamila Gontijo, em Psicanálise dos Afetos) São quase 6h da tarde e eu estou presa em um grande engarrafamento, no caminho de volta para casa. Ficar parada no trânsito é bastante comum na Brasília de hoje, mas algo inimaginável nos anos de 1990. Naquela época, quando eu era adolescente, podia atravessar livremente os "eixos de cima e de baixo", aquelas avenidas largas do Plano Piloto, que ficavam praticamente sem carros nos fins de semana ou em horários fora do rush. O termo "engarrafamento" só era praticável em uma peça de ficção. Comparar os fluxos do tráfego de hoje e do passado me levou para meus tempos de adolescência e meus dilemas existenciais, que não eram poucos: auto-imagem precária, inseguranças sobre como estabelecer relações afetivas, um desejo profundo de ser reconhecida e valorizada, o que gerava uma busca frenética por atender aos padrões estéticos apontados como de alto valor. Minhas lembranças nostálgicas foram abruptamente interrompidas pela conversa da moça que pegou carona comigo quando eu saia do salão de beleza que ela trabalha. "Que bom que peguei carona com você, porque assim chego mais cedo em casa e converso com minha filha. Não é fácil ser mãe de adolescente. A minha filha de 14 anos ignora minhas mensagens, mas eu insisto em conversar com ela sobre tudo, sempre que posso" -diz a jovem mãe que fala enquanto remexe nas mensagens do celular. A coincidência do assunto sobre adolescência bem na hora em que relembro meus tempos de alta de hormônios na Brasília sem trânsito me faz prestar bastante atenção no relato da minha passageira. Ela começa a me contar que no seu bairro, São Sebastião, houve uma grande comoção no ínicio da semana depois que uma jovem de 13 anos tirou a própria vida dentro de casa, no meio da tarde. O episódio trágico aconteceu quando ela estava em casa, cuidando dos dois irmãos mais novos. Uma realidade muito comum nas casas em que as mães e avós precisam deixar os filhos sozinhos para irem trabalhar. Na ausência das cuidadoras adultas, as crianças mais velhas assumem esse papel sem o menor amparo para as próprias necessidades e muito menos para atender as necessidades dos irmãos. Ao me contar o caso, minha companheira de engarrafamento repete sistematicamente: "Uma menina tão bonita, não dá pra entender". "Ela era tão linda, como pode querer morrer?" - como se a beleza fosse uma espécie de antídoto ou trouxesse imunidade contra o sofrimento emocional. E o relato continua permeado destas frases de espanto: "Todo mundo disse que ela era muito meiga a bela, um amor de menina, então não consigo entender como é que ela fez o que fez" - em suas falas percebo que é autêntica a surpresa diante do fato de que uma mulher bela - ainda que em desenvolvimento - pudesse estar em sofrimento a ponto de tirar a própria vida. A passageira ainda me diz que a menina era "vítima de bullying" na escola e que também não consegue entender como uma mocinha bonita poderia ser alvo de chacota e perseguição na escola. O valor social daquela menina adolescente estava sendo medido o tempo todo muito mais por sua aparência do que por sua existência como filha, neta, estudante, mulher. Diante da complexidade que o assunto traz eu fiquei ali apenas escutando o relato, por saber que no pequeno trecho que tínhamos a vencer naquele engarrafamento torturante eu não teria condições de debater a relatividade do conceito de belo. No meio do caos urbano daquele fim de tarde, com pessoas amontoadas nos ônibus lotados, outras de pé nas paradas lotadas, e ainda outras isoladas em seus automóveis, não sobrava espaço para refletir sobre a implacável mentalidade que domina as redes sociais e que estabelece que a beleza física, moldada pelo mais novo trend do momento, é o grande capital para o sujeito contemporâneo, fundado na ilusão do "parecer ser" em contraponto ao ser real, belo em suas imperfeições naturais. A "busca" dentro e fora das ferramentas de busca dos navegadores de internet é por uma estética pós-humana, tão irreal quanto os filtros digitais que dão às fotos uma perfeição artificial impraticável na vida fora das redes. Já é difícil para as gerações mais velhas, cujos padrões estéticos e valores éticos nasceram antes da Era Digital, perceber o artificialismo dos atuais padrões de beleza e assim distinguir um modelo factível daquilo que é um padrão irreal. Para as gerações deste início de Século 21, a internet pauta estilos de vida e padrões de consumo e de estética. Por isso a distinção entre a beleza real, do espelho sem filtro, e a beleza digital, super sexualizada, se perde na ilusão da imagem digital retocada até perder sua natureza humana - que é falha. Eu não conheço toda a história da menina adolescente que escolheu interromper a própria vida dentro de casa, na companhia de dois irmãos pequenos. Não sei os fatores de risco aos quais ela pode ter sido exposta, nem se ela estava sofrendo alguma violência doméstica, ou abuso, ou abandono emocional. Não tenho informação suficiente para apontar os motivos que a levaram a tomar a atitude mais extrema que alguém em sofrimento emocional pode tomar. Até porque nem sempre há motivações que possam ser racionalizadas. O que eu sei, e testemunho diariamente nos meus pacientes adolescentes que fazem terapia comigo, é que os valores promovidos nas redes sociais são um grande vetor de piora da saúde emocional. A celebração da futilidade, a super valorização da beleza corporal, da eterna juventude que não pode apresentar o menor traço de amadurecimento, a glamourização (um termo bem internético) do consumismo e da lógica de mercado aplicada às relações humanas dominam o universo das redes sociais e pioram o já confuso quadro emocional dos adultos em formação. Os valores digitais - popularidade, consumismo, beleza e riqueza - aumentam o abismo entre a aparência e a realidade, fazendo com que o sujeito por trás da tela fique cada vez mais frustado. Não há como ser suficiente diante de um padrão irreal e profundamente narcísico. Todo ser humano precisa ser visto, amado e se sentir pertencente. São necessidades vitais, instintivas para cada um de nós, mas que estão se tornando cada vez mais impraticáveis para a mentalidade online, onde likes e seguidores tomaram o lugar de relações afetivas reais, possíveis e imperfeitas como só podem ser. E os efeitos disso são tão tangíveis quanto o efeito devastador de um tsunami. Estamos vivendo uma epidemia de suicídios no mundo todo e esse quadro é um alerta urgente para repensarmos o impacto do universo digital e seus respectivos valores e práticas na saúde mental e emocional das novas gerações. No Brasil, os casos de suicídio aumentaram 43% nos últimos dez anos, passando de 9.454, em 2010, para 13.523, em 2019. Entre os adolescentes, o aumento foi de 81%, indo de 3,5 suicídios por 100 mil adolescentes para 6,4. Nos casos em menores de 14 anos, houve um aumento de 113% na taxa de mortalidade por suicídios de 2010 a 2013, fazendo do suicídio a quarta causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. Os dados alarmantes são da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde. Estamos agora no início do mês de setembro, quando ocorre a campanha Setembro Amarelo, criada para alertar a sociedade sobre o auto índice de suicídio que atinge a população mundial. Precisamos, urgentemente, repensar o que estamos oferecendo às futuras gerações em termos afetivos e sociais e com isso tomar medidas individuais e coletivas para reverte este cenário.

  • Alta da psiquiatra

    Crônicas de uma Yoguini entre os benefícios da prática e os dilemas do ofício Mãe e filho fazendo yoga juntos, Gabi e Guga 2014. Foto: Arquivo pessoal (Por Andrea Hughes) Gabi pratica yoga comigo há 10 anos. Ela é a grande responsável por eu ter criado o horário de 8h15 nas terças e quintas com o seguinte argumento: “não posso praticar às 7h porque esse é o único tempo que tenho para estar com meus filhos, mas preciso muito da yoga para minha sanidade física e mental. Por favor me ajuda!” A colunista Andrea Hughes, a aluna Gabi e a filha Bela Pedido atendido, pouco tempo depois almoçamos juntas e ela me sai com essa frase: recebi ontem alta da minha psiquiatra graças as nossas aulas de yoga. Ela inclusive me recomendou que na semana que eu precisar faltar alguma aula de yoga, que eu compense com alguma outra coisa para não precisar mais de nenhum medicamento psiquiátrico. Chorei muito de emoção depois dessa afirmação tão linda e agora que escrevo isso para você ler. Primeiro porque sei o quanto isso é importante para ela. Segundo porque muitas vezes na minha vida ainda me pergunto se estou no lugar certo, fazendo a coisa certa. Sabe a síndrome de impostora? Tenho, mas são esses e outros momentos que fazem com que ela desapareça. Nestes quase 20 anos como professora de yoga, as pessoas me perguntam se vivo de yoga. Na maioria das vezes respondo que sim com muito orgulho, mas ultimamente dizer que sim tem sido um pouco mais difícil. A transição da yoga online para a yoga presencial não está nada fácil e venho buscado trabalhos em outras áreas. No meu mundo dos sonhos, um trabalho como o meu, que causa mudanças tão profundas na vida das pessoas, seria extremamente valorizado e jamais alguém me perguntaria se vivo do meu trabalho.

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