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Alta da psiquiatra

Crônicas de uma Yoguini entre os benefícios da prática e os dilemas do ofício

Mãe e filho fazendo yoga juntos, Gabi e Guga 2014. Foto: Arquivo pessoal

(Por Andrea Hughes)


Gabi pratica yoga comigo há 10 anos. Ela é a grande responsável por eu ter criado o horário de 8h15 nas terças e quintas com o seguinte argumento: “não posso praticar às 7h porque esse é o único tempo que tenho para estar com meus filhos, mas preciso muito da yoga para minha sanidade física e mental. Por favor me ajuda!”


A colunista Andrea Hughes, a aluna Gabi e a filha Bela


Pedido atendido, pouco tempo depois almoçamos juntas e ela me sai com essa frase: recebi ontem alta da minha psiquiatra graças as nossas aulas de yoga. Ela inclusive me recomendou que na semana que eu precisar faltar alguma aula de yoga, que eu compense com alguma outra coisa para não precisar mais de nenhum medicamento psiquiátrico.


Chorei muito de emoção depois dessa afirmação tão linda e agora que escrevo isso para você ler. Primeiro porque sei o quanto isso é importante para ela. Segundo porque muitas vezes na minha vida ainda me pergunto se estou no lugar certo, fazendo a coisa certa. Sabe a síndrome de impostora? Tenho, mas são esses e outros momentos que fazem com que ela desapareça.


Nestes quase 20 anos como professora de yoga, as pessoas me perguntam se vivo de yoga. Na maioria das vezes respondo que sim com muito orgulho, mas ultimamente dizer que sim tem sido um pouco mais difícil. A transição da yoga online para a yoga presencial não está nada fácil e venho buscado trabalhos em outras áreas.


No meu mundo dos sonhos, um trabalho como o meu, que causa mudanças tão profundas na vida das pessoas, seria extremamente valorizado e jamais alguém me perguntaria se vivo do meu trabalho.


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