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Redes sociais: entretenimento, distração ou ameaça?

Estudo da Associação Americana de Psicologia mostra que os efeitos negativos das plataformas estão relacionados ao nível de maturidade emocional dos usuários.

O efeito hipnótico das imagens e das interações nas redes sociais


Recebo no meu celular toda semana relatórios sobre o meu tempo gasto nas redes sociais, o que uso como alerta para evitar ficar navegando mais do que devo nestas que são uma espécie de buraco negro da procrastinação. Não sei vocês, mas se eu não estiver atenta, entro no Instagram para rever um post sobre receita de bolo e acabo, 1h depois, sem a receita e rindo de um meme qualquer. Nesta 1h eu já teria feito o bolo e o estaria comendo, mas ao invés disso, perdi 60minutos de pura futilidade.

 

Permitir-se rir com memes ou viajar em imagens para a Itália pode parecer algo inofensivo, mas não é. Ao menos é o que apontam os estudos publicados pela Associação Americana de Psicologia (APA), uma das instituições que pautam normas e eventuais políticas públicas sobre diversos assuntos ligados à saúde mental não só nos EUA mas em todo o mundo.   

 

As evidências são alarmantes, como já adiantei em outros textos aqui no Brasilia News: crianças e jovens não tem maturidade cognitiva para usar livremente as redes sociais, e nem mesmo os adultos sem a devida maturidade (a maioria de nós) o podem fazê-lo de forma ilesa.

 

E por que somos tão vulneráveis às redes sociais? O principal motivo é a nossa necessidade inata de pertencimento. Somos seres sociais,e a interação social positiva, que é nos sentirmos aceitos, é um grande fator de bem-estar e de influência no nosso comportamento, principalmente em crianças e adolescentes.


As redes sociais criaram uma forma de testar nosso poder de aceitação e de pertencimento de forma pública, notória e viciante. Os efeitos desta interação virtual que supostamente mede o nosso  nível de popularidade e de aparente sucesso em conquistar valores digitais afetam diretamente a vida real. O que acontece no Insta não fica só no Insta. Vai pra vida real e impacta a saúde mental de todo mundo.

 

Efeito panela de brigadeiro: rolagem infinita, impacto no sono e falta de foco

 

            De acordo com o estudo da APA, uma das funcionalidades mais danosas das redes sociais é a rolagem infinita, porque cérebros imaturos (de todas as idades) não tem capacidade de auto-limitação. É como se as redes sociais fossem uma panela de brigadeiro que comemos até raspar o fundo. Ao que parece, o triunfo das redes sociais se baseia na imaturidade dos usuários, e suas dificuldades de gerir o tempo de consumo das imagens e informações dispostas ao sabor dos algoritmos. 


Para adolescentes o dano é ainda maior quando a navegação nas plataformas adia a hora de dormir e perturba o sono após tantos estímulos luminosos e visuais. Nesta fase da vida é essencial dormir bem para desenvolver faculdades cognitivas.  O modelo disperso de navegação reforça ainda a falta de foco e inibe a capacidade de concentração em textos longos ou assuntos complexos.


Ao final do estudo, a APA pede providências urgentes das autoridades públicas e sinaliza que o uso das redes sociais pode ser benéfico se houver um modelo de navegação pensado para proteger crianças e adolescentes, e também os adultos que não saíram da adolescência.

 

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