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Existe amor em BsB: um crônica sobre a afetividade da Capital Federal

Parafrasendo a música do Criolo, Não existe amor em SP, a colunista conta como Brasília pode ser uma cidade generosa no amor.

Foto: Lucas Conceição no Projeto Yoga em Brasília no gramado Lateral do Teatro Nacional, em junho de 2013

(Andrea Hughes, de Crônicas de Uma Yoguini)


Eu fui comprar um climatizador depois de 2 semanas muito difíceis, envolvendo de acidentes domésticos a acidentes de trânsito. Várias coisas ruins acontecendo na minha rotina, quando me deparo com Jana, a pessoa que anunciou o climatizador por um bom preço, pois havia se mudado para um apartamento que já tinha ventiladores de teto. Eu me mudei para um apartamento super fresco, mas que tenho certeza que vai fazer muito calor no final de setembro.


Passei na casa dela apressada antes de uma aula particular de yoga e ela foi me mostrar o climatizador, mas a gente não conseguiu abrir de jeito nenhum a parte onde se coloca água, daí disse a ela: beleza, volto mais tarde então, mas não vende ele para mais ninguém, combinado? Ela sem graça disse: claro, me desculpe, vou descobrir o que aconteceu.


Assim que cheguei na casa da minha aluna, Jana mandou a mensagem: Andrea, você não vai acreditar. O reservatório de água só não abriu porque o climatizador estava na tomada. Foi só tirar da tomada que destravou. Te aguardo mais tarde.


Mandei mensagem avisando que estava a caminho quando acabei minha aula e ela disse que me esperava na portaria do Bloco, aliás, um prédio super lindo na Asa Norte, que tem as portarias em madeira e vidro super diferentões.


Cheguei, sentei a seu lado e disse 'vou fazer o seu Pix". Ao clicar para fazer o Pix, o celular começou a dar aquele travada master e ela super gentil, disse que eu poderia fazer o Pix quando chegasse em casa, enquanto eu agoniada queria fazer o pagamento logo. Enquanto o celular retomava o funcionamento normal, comecei a me abrir e contar sobre minhas últimas semanas estranhas, que eu levei uma queda séria em casa, que eu poderia ter morrido, mas que por sorte fiquei com muitos hematomas, mas não quebrei nada e nem me cortei. Que roubaram a placa dianteira do meu carro na semana seguinte da queda, que consegui resolver tudo em uma manhã, mas que na volta para casa bati meu carro na traseira de outro carro, tendo um prejuízo enorme, que não caberia no meu bolso, em apenas 1 dia, que a tela do meu computador está aos poucos queimando e que terei que trocar e desandei a chorar.


Jana de maneira muito amorosa me abraçou, perguntou se queria subir para tomar um chá e logo disse: mal te conheço, mas tenho que dizer que sinto a sua energia muito boa, que tudo isso que está passando, creio que nada disso é seu. Talvez você esteja precisando de um tempo para olhar sua vida por outro ângulo, e fazer algumas modificações, talvez se afastar de certas pessoas que não estejam te trazendo coisas boas, deixar de frequentar alguns lugares. Está precisando se dar um tempo. E ainda disse que o marido dela talvez pudesse me ajudar com a questão do meu computador, para eu levar lá para ele dar uma olhada.

Foto: Lucas Conceição no Projeto Yoga em Brasília no gramado Lateral do Teatro Nacional, em junho de 2013

Existe amor em Bsb e eu posso provar, Jana me acolheu em um momento tão vulnerável e nem me conhecia, insistiu para eu subir, mas eu tinha outro compromisso e não pude ficar.


Jana, vamos marcar nosso chá para essa semana?





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