Medalhistas como os irmãos Grael começaram carreira no Iate Clube de Brasília, que acaba de ser premiado por melhores práticas em formação de atletas.
(Jamila Gontijo)
Iate Clube de Brasília recebeu da Fenaclubes o prêmio nas categorias Clube Cultural e Clube Formador - Vela de 2024. Foto: Jamila Gontijo
Os resultados do Brasil nas Olimpíadas de Paris 2024 não deixam dúvida sobre a importância dos clubes na formação de atletas de alta performance no país. Das 20 medalhas conquistadas nas últimas olimpíadas – três de ouro, sete de prata e dez de bronze – 15 foram de atletas vindos de clubes formadores, de acordo com o levantamento do Comitê Brasileiro de Clubes (CBClubes), entidade dedicada à formação de atletas, integrante do Sistema Nacional do Desporto, e do Conselho Nacional do Esporte.
No time do Brasil em Paris, dos 277 atletas da delegação brasileira, 246 eram de clubes, o que representa 89% do total. "Os clubes têm uma parcela muito importante na formação de atletas no Brasil. Eles são a base do esporte brasileiro e temos trabalhado para oferecer cada vez mais estrutura, capacitação de profissionais e condições para a prática do alto rendimento. Um ótimo exemplo desse resultado ocorre com as agremiações do Distrito Federal, que revelou nomes como Caio Bonfim, Gabi Portilho, Stephan Barcha e tantos outros esportistas”, afirma Paulo Maciel, presidente do Comitê Brasileiro de Clubes.
O papel protagonista dos clubes na formação dos atletas no Brasil é um cenário bem distinto em relação a outros países, como nos Estados Unidos, onde os atletas se formam nas escolas de nível médio ou nas Universidades. Os resultados olímpicos consolidam a tendência dos clubes brasileiros de ir além das atividades de lazer, atuando também na formação esportiva, o que contribui para o desenvolvimento de jovens e adultos saudáveis, já que a prática de esportes é uma ferramenta de promoção de disciplina, resiliência e de socialização.
Iate Clube de Brasília ganha destaque nacional na formação de atletas
O Iate Clube de Brasília foi premiado pela Fenaclubes nas categorias Clube Cultural e Clube Formador - Vela de 2024. A premiação confirma a tradição do clube brasiliense na formação de atletas de alta performance não só nos esportes náuticos, mas também em categorias como o tênis.
Comodoro Luiz André Reis na cerimônia de premiação da Fenaclubes 2024. Foto: Fenaclubes
Em entrevista ao Brasília News, o Comodoro do Iate, Luiz André Reis, falou dos atletas da nova geração que já estão se destacando no cenário da Vela. "Temos o Felipe Rondina, e a Sofia Rocha, velejadora da classe IQFoil, e temos muitos outros, como a Vitória Viegas, campeã brasileira de Optimist". Reis ainda lembrou que grandes nomes da Vela tiveram seu início de carreira no Iate, como os irmãos Torben e Lars Grael.
Seguindo a tendência nacional dos grandes clubes de lazer atuarem para além dos aspectos sociais e de lazer, o Comodoro do Iate ressaltou as ações formativas em andamento. "O caráter esportivo do nosso clube vem se solidificando. Temos no Iate a prática consistente de 17 modalidade, com 13 escolinhas de formação de atletas, sendo que dentre as modalidades algumas são mais antigas e consolidadas. No tênis, temos hoje o Luis Augusto Miguel, o Guto, que venceu este ano, em São Paulo, a etapa classificatória no Brasil e na Europa do Rolland Garrot Junior Cities, e só não foi adiante porque perdeu para o número 1 do mundo no ranking juvenil.
O clube brasiliense fundado ainda nos anos de 1960 também promove, atualmente, atividades esportivas inclusivas e abertas a todas as idades, como o tênis de mesa. "Temos um orgulho muito grande desta atividade, porque atende pessoas jovens às mais maduras. É emocionante ver senhores que são portadores de algum tipo de deficiência jogando tênis de mesa como terapia. Atletas do clube já foram medalhistas nas categorias paraolímpicas de tênis de mesa. Temos o Guilherme e Iranildo, ambos com nível internacional, com títulos nacionais e pan-americanos, que muito nos orgulham e são do time de portadores de deficiência".
O Iate atua ainda em modalidades inclusivas para Vela. "Criamos a área de vela adaptada, que permite que pessoas portadoras de alguma deficiência velejem barcos de alto desempenho porque tem como controlar leme e velas apenas com as mãos. O último campeonato de Vela adaptada foi aqui o Iate Clube, o que é um orgulho pra nós" - conclui o dirigente.
Atletas medalhistas com formação nos clubes de Brasília. (Fonte: CBClubes)
Caio Bonfim - Clube CASO-DF (medalhista de prata em Paris 2024)
Guilherme Schmidt - SESI de Ceilândia-DF (medalhista de bronze em Paris 2024)
Gabi Portilho - Clube Fut Art-DF e Fluminense-DF (medalhista de prata em Paris 2024)
Alex Garcia "o Brabo" - Brasília Basquete
Stephan Barcha - Equipe Chevaux-DF
Gabriela Muniz - Clube CASO-DF
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