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Amor e rede de apoio para curar um coração ferido

Crônicas de uma Yoguini compartilha como o apoio, a amizade e pequenos gestos de autocuidado se tornaram pilares para sua reconstrução após o fim de um relacionamento tóxico.

Foto: Roberto Peixoto, novembro de 2022
Foto: Roberto Peixoto, novembro de 2022

(Andrea Hughes, de Crônicas de uma Yoguini) 


Em junho deste ano completam-se três anos que saí de um relacionamento tóxico, do qual saí destroçada emocionalmente. Eu não sei se você já passou por isso, mas sair de algo assim pode ser um grande desafio, com marcas difíceis de serem apagadas.


Assim que me dei conta de que não deveria mais estar morando com quem estava, liguei para uma pessoa de minha confiança, que imediatamente mandou suporte emocional para me buscar e essa ajuda foi simplesmente essencial. As aulas online de yoga que haviam sido minha rotina durante toda a pandemia, acabaram na mesma época do fim do relacionamento. As aulas particulares de yoga também foram cessando: ou seja, ainda por cima fiquei sem trabalho algum na época.


Eu não tenho vocação para ficar no fundo do poço, então quando chego nele, já dou logo um impulso, ou grito por ajuda até conseguir, porque lá eu não fico muito tempo de jeito nenhum. A minha sorte é que desde sempre alimentei relações de muito amor e tive a oportunidade de receber muito em troca neste período. Pessoas que passaram por situações similares ou piores que as minhas se disponibilizaram a sentar e conversar comigo, contar suas histórias e de como elas conseguiram sair delas e se tratar.


Três amigos homens se demonstraram muito preocupados com a minha segurança e se colocaram a disposição para em qualquer momento do dia ou da noite que eu sentisse minha integridade ameaçada, que eu ligasse para eles, que eles estariam lá por mim. Tive o apoio da minha família e a orientação de uma amiga policial para ir a delegacia e pedir medida protetiva, o que foi um dos piores dias da minha vida. Senti muita vergonha, em especial da minha família, muita culpa de ter me metido numa situação como essa. Hoje consigo enxergar que não deveria sentir vergonha disso, mas foi o que senti.


Um grande amigo me deixou a chave da casa dele quando viajou para que eu pudesse ter um pouco de tranquilidade, e me ligava com o passar dos dias, dizendo que tinha comidinha pronta na geladeira, que eu poderia comer tudo que quisesse. O pai de uma amiga me ofereceu abrigo na casa dele o tempo que eu precisasse, o que me encheu os olhos de lágrimas e o coração de amor.


Eu procurava pular corda diariamente, porque atividade física é uma das melhores maneiras de criar forças para escalar poço acima. Fui várias vezes tomar banho numa mini cachoeira no condomínio de um amigo, outra coisa que recomendo muito nesses casos de tristeza profunda.


Aos poucos fui retomando meu trabalho, que é infinita fonte de saúde física, mental, emocional e espiritual. Retomei projetos como o Sábado Perfeito no B Hotel, que infelizmente chegou ao fim, o Yoga com Pôr do Sol, que ainda pretendo retomar em algum momento e criei projetos novinhos em folha como o Projeto Yoga em Brasília na Cabríssima e o Flash Mob Yogah, que seguem firmes e fortes até hoje.


Foto: Lucas Conceição, Projeto Yoga em Brasília no CCBB, janeiro de 2015
Foto: Lucas Conceição, Projeto Yoga em Brasília no CCBB, janeiro de 2015

Mas a cereja no bolo desta época foram as amizades. Caramba, que coisa linda de viver, tive uma acolhimento nível master! Obrigada comunidade, hoje só posso dizer que estou bem graças a vocês. Não citei nome nenhum pois vocês sabem muito bem quem são. Saibam que estão tatuados no meu coração e, que se depender de mim, jamais lhes faltará amor.



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